Decidi escrever este livro e criei as linhas gerais de sua estrutura durante minha campanha a deputado estadual, nas eleições de 2010, enquanto viajava pelas cidades da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul e vivenciava o duro cotidiano dos menos favorecidos, aqueles homens, mulheres e crianças esquecidos pelo Estado, vivendo muitas vezes completamente à margem da sociedade.
Naquele pleito não obtive a vitória nas urnas, mas alcancei algo muito maior, ao conhecer outra realidade, e poder conviver com pessoas boas, dignas, honestas. Gente valorosa que sobrevive suportando, em silêncio e com resignação, agruras inimagináveis para a maioria de nós que temos a felicidade de ter um prato de alimento em nossa mesa, e que, comodamente lê, neste momento, este livro e que pode sustentar sua família com um mínimo de dignidade.
Este livro nasceu também da necessidade de explicar aos homens de nosso tempo o que existe de mais sagrado sob o céu: o amor. E, decorrente desse sentimento, mostrar o exemplo da não violência e a eficiência dessa prática, que parece nova aos homens, mas que, na verdade, é milenar.
Essa ideia surgiu de uma triangulação entre aquele que foi o doutrinador moderno do Cristianismo, o escritor russo Leon Tolstoi, e o exemplo dos dois executores de sua doutrina no século XX: Mahatma Gandhi, na Índia, e o reverendo Martin Luther King, nos Estados Unidos da América. Justamente agora, quando vivemos num mundo que chegou aos limites do materialismo, onde o indivíduo perdeu sua importância como pessoa e a humanidade avança a passos largos para a massificação de ideias e de valores, no caminho do declínio da civilização.
A sensação que tenho hoje, ao iniciar este livro, é que me encontro em meio a gigantes. Para qualquer direção que eu olhe, me deparo com grandes vultos que marcaram épocas na história da humanidade: Abraão, Melquisedeque, Moisés, Elias, Isaías, Sócrates, João Baptista, Eusébio de Cesareia, Santo Agostinho, São Francisco de Assis, George Fox, Thoreau, Abraham Lincoln, Leon Tolstoi, Padre Pio, Albert Einstein, Mahatma Gandhi, Reverendo Martin Luther King, Nelson Mandela, e, antes de todos; o maior dos homens: Jesus de Nazaré.
Ao segurar o lápis para traçar as primeiras linhas deste trabalho, confesso sentir-me muito pequeno. Mesmo assim, arrisco-me a tentar, pois dar início ao presente livro considero um ato de fé. Fé em Deus, que é Pai misericordioso e amor infinito; fé em Jesus e em Sua doutrina, que nos revela a Verdade, o caminho e a vida. E, finalmente, fé no próprio homem, que pode, sim, despertar de uma vida ilusória e alcançar o verdadeiro resgate de si mesmo, compreendendo que, antes de ser carne, ele é espírito, e como tal, a presente existência terrena é uma passagem, nada mais do que uma simples passagem, onde o orgulho, a vaidade e a ganância não têm propósito nem lugar.
Enquanto escrevo este livro, o planeta Terra e os homens de nosso tempo vivem um momento de transformação como nunca antes em sua história. A consciência dos homens já reconhece que muito em breve suportaremos grandes problemas para nossa sobrevivência, como a escassez de água potável e as graves consequências do aquecimento global.
Nossa geração tem a compreensão de que quaisquer guerras precisam ser evitadas a todo custo, pois suas consequências podem representar a própria extinção da espécie humana.
Portanto, nesse momento, é necessário lembrar aos homens que nossa concepção de mundo, é ultrapassada, para não dizer equivocada, pois para vivermos no mundo que será de nossos filhos muita coisa ainda precisa ser mudada. Mas, antes que aconteça qualquer mudança de caráter externo e visível, se faz necessário que os homens modifiquem a si mesmos.
É sobre isso que trata este livro.