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Introdução
Acompanhando o desenvolvimento da vida humana através das artes e das letras, observando as pessoas em seu cotidiano, ou reagindo eu mesmo às crises emocionais que me prostraram, percebi que o homem carrega em seu íntimo uma nostalgia natural, inata.
Em constante exercício da razão, na busca da felicidade, fujo desse sentimento e evito tomar decisões e resoluções quando acometido por ele, pois sei que em outro estado de ânimo me sobrará vontade para progredir agindo de forma otimista.
Quando um problema impossível me aborrece, me pergunto se o Universo é finito ou infinito. Assim, frente a um dilema que envolve toda a humanidade, me desligo do drama pessoal, pois diante dessa pergunta qualquer problema se torna mesquinho.
Há alguns princípios que precisam ser entendidos antes de qualquer exercício do pensar, seja este a filosofia, religião, ou ciência: o universo é infinito e eterno. Nenhuma tentativa de explicar qualquer fenômeno terá sucesso se a pessoa que pensa, ou as pessoas a quem se dirija, não tenham um vislumbre do que seja eternidade e do que seja infinito.
O infinito, ainda que difícil de entender, é único, com tudo o que contém, com tudo o que o compõe, seja material ou imaterial. É impossível nele acrescentar qualquer coisa, pois o acréscimo teria de vir de fora, de um outro lugar e, como o infinito ocupa tudo, não pode haver outro lugar como fonte ou origem de qualquer coisa estranha a ele.
A eternidade é o não-tempo. Para entender isto é honesto afirmar que o tempo existe, sim, a partir da existência da matéria e medido na consecussão dos eventos físicos, comparadas as posições dos objetos no espaço, um em relação ao outro; mas, desde que se compreende que toda a matéria é nada mais que energia manifesta, e que os átomos são todos destruídos, voltando à energia imaterial, o universo físico é manifestação eventual que volta ao nada, e entre uma e outra provável manifestação física, com seu tempo observado enquanto dure, há um espaço de não-tempo descomprometido com o existir. Não apenas com o surgimento de um novo tempo de um universo reconstruído, mas descomprometido com o lapso de seu próprio não-tempo.
Um terceiro princípio a entender-se é a existência de uma essência imaterial, também infinita e eterna, parte inseparável do universo, a que chamamos de espírito e que somente pode ser entendido por meio da intuição.
É o espírito que se manifesta pela inteligência dos seres materiais superiores dotando-os da capacidade de pensar, filosofar, calcular, e intuir portanto. O espírito, embora tendo a mesma origem na energia do universo, é uma parte distinta da matéria, sem possuir nenhuma característica material que possa perceber-se com os sentidos físicos.
O espírito não pode ser visto, ouvido, tocado, cheirado, ou degustado. E, por não ter consistência material, não pode ser destruído.