O Macho Alfa

  • O Macho Alfa
  • O Macho Alfa
  • O Macho Alfa
  • O Macho Alfa
O Macho Alfa
Ref.: 978-85-66967-47-0
R$ 40,00


Macho Alfa

Autor: Vicente Simas
ISBN: 978-85-66967-47-0

Ficha técnica

Lançamento 2018
Título original O Macho Alfa
Tradução  
Formato 14 x 21
Número de páginas 192
Peso 210 g
Acabamento Brochura
ISBN 978-85-66967-47-0
EAN 978-85-66967-47-0
Preço R$ 30,00

Ficha técnica e-book

eISBN  
Preço  

Conteúdos especiais

 
Capa em alta resolução (.png)
Capa web (.jpg)

Leia um trecho do livro

Introdução

Meu pai, Bernardo Bueno Simas (05-05-1895) (15-03-1983), nascido em Rivera Chica, filho de Vicente Anastácio Simas e Arminda Bueno Simas, uruguaios, quando se sentiu taludo o suficiente para enfrentar o mundo, fugiu da família e veio para o Brasil. Perambulou por várias cidades da fronteira e tentou muitas formas de subsistência. Trabalhou em cassinos e casas noturnas adquirindo experiências no ramo. Depois de algum tempo, estabeleceu- se em Cacequi, maior centro ferroviário do estado do Rio Grande do Sul, na época.
Por onde passariam as ferrovias que ligariam o Brasil com a Argentina, através de Uruguaiana e com o Uruguai por Santana do Livramento.
A estação da Viação Férrea era enorme, na plataforma existiam lojas, escritórios e até um restaurante. Recebia trens de carga e passageiros que vinham de Santa Maria, Uruguaiana, Bagé e Santana do Livramento. Os trens de passageiros chegavam antes do meio-dia e tinham um tempo disponível para o almoço, cerca de uma hora. O primeiro a chegar vinha de Porto Alegre, via Santa Maria. O último era o de Uruguaiana, fronteira com a Argentina.
A plataforma era o “point”, fervilhava de gente, parecia um formigueiro. Pessoas vindas de lugares distantes se encontravam, novas amizades surgiam, dizem até que alguns casamentos tiveram seu início na plataforma da estação. Um alto-falante fazia propagandas e tocava músicas de sucesso. O ambiente era estimulante. Alguns vendedores ambulantes percorriam a plataforma oferecendo suas quinquilharias. Vendiam-se também pastéis, doces, bolos e galinha assada. Muitas histórias surgiam. Comentava-se que o restaurante local servia sopa bem quente, como entrada. Assim os frequentadores se atrasavam e não comiam o prato principal, gerando economia para o estabelecimento.
Também havia um falso médico que receitara “lima” para um corcunda que na outra volta encontrou o sujeito e se queixou:
-Há meses que tomo lima como suco, chá e infusão e a minha corcunda não diminui nada. Ao que o malandro respondeu:
-Não era lima fruta, era lima de ferro para passar no lombo.
Entre a estação e a cidade havia um túnel que se iniciava na plataforma, passava por baixo da rua e saia no outro lado.
Embora o trânsito não fosse lá tão intenso, todos preferiam o amplo e largo túnel para fazer a travessia.
Em Cacequi todo mundo vivia em função da ferrovia: ou eram ferroviários ou abasteciam os empregados. As oficinas de manutenção dos trens e a construção da ponte para a transposição do rio Santa Maria, absorviam muita mão de obra e não faltava emprego. Nesse ambiente, meu pai estabeleceu uma casa noturna, um cabaré, denominado: “Ponto Chique” para atender uma clientela com dinheiro e ávida por novidades vindas dos grandes centros urbanos como Porto Alegre, Buenos Aires e Montevidéu.
O estabelecimento, construído em 1929, ficou conhecido como “o casarão”, possuía um amplo salão de baile, muitos quartos, mulheres bonitas vindas das capitais, música ao vivo, apresentações artísticas, carteado, especialmente Bacará e Pôquer.
Enfim uma “Las Vegas” dos pampas onde meu pai reinava como macho alfa.
Tinha uma parceira que o acompanhava e ajudava, Almerinda Moreira (06-03-1910), com a qual teve vários filhos.
Ganhou e perdeu muito dinheiro até que um dia, cansado da lida, apostou tudo contra um fazendeiro da região.
Ganhou. Negociou com o perdedor, largou tudo. Casou com outra mulher, e foi morar de agregado na estância dos Rossi, onde ajudava na lida do campo e dispunha de terra para plantar, uma casa para morar e alguma criação.
Montou uma cantina, armazém de campanha, para abastecer as lavouras de arroz da região, especialmente dos Mozaquatros e do Coraldino, que eram as maiores. Gostou tanto da nova vida, que deixou de frequentar a noite e de jogar. Casado com uma moça de uma estância próxima, eu sou o filho mais velho dessa nova união.
Essa moça se chamava Paulina Cavalcante Rodrigues, filha de Alfredo Rodrigues e Cyrila Cavalcante Rodrigues. Tinha como irmãos Mozarte, Armando, Alzira, Bertulina, Dilha, Jacy, Jacyra, Júlia, Manoela, Mimosa, Mindoca, Morena e Vininha.
Meu pai mantinha um bom relacionamento com a primeira mulher, que vivia numa chácara de propriedade dele, onde parava quando ia para a cidade. Os filhos da primeira mulher, três rapazes e duas moças, Judith, Osmar, Olmiro, Oraide e Romeu, visitavam minha mãe, lá fora. E nós, filhos da segunda, Vicente, Alfredo e Maria Cirila, parávamos na casa da primeira quando íamos para o povo.
Com o tempo, até mesmo a minha mãe visitava a anterior, numa convivência pacífica, supervisionada e controlada pelo meu pai.
Ele morou por dezoito anos, de agregado, no campo dos Rossi.
Ali foi minha infância.
Foto Autor

Vicente Simas

Sobre o autor

Natural de Rosário do Sul, após completar o curso primário, foi estudar na Escola Técnica de Agricultura (ETA) de Viamão. Prestou exame vestibular em 1954, para o Curso de Iniciação Agrícola. As notas não foram boas, mas obteve nota dez na prova oral de português. Concluiu o curso, no Morro Santana, em Porto Alegre, em 1955. Então, prestou exame vestibular para o Curso de Mestria Agrícola Canada, que iniciou em 1956 e concluiu em 1957. Em 1958, prestou vestibular para o Curso Agro técnico da ETA, aprovado matriculou-se no Curso de Técnico em Pecuária. Reprovado em 1958, no ano seguinte, cursou o primeiro ano de Zootecnia. Em 1960, cancelou a matrícula. Finalmente, concluiu o Curso de Técnico em Pecuária em 1962. Após formado, trabalhou na Secretaria da Agricultura como Técnico Rural concursado. Em Uruguaiana, cursou Filosofia, Administração e Agronomia. Modalidade na qual possui especialização, mestrado e doutorado. 

Confira Também

  1. Reflexões Sobre a Idiotice Humana
    Reflexões Sobre a Idiotice Humana
    R$ 30,00
    Reflexões Sobre a Idiotice Humana
    Rated 5/5 based on 71 customer reviews
    Sim, sou eu mesmo: o idiota.Aliás, todos nós somos idiotas.Eventualmente, acidentalmente, por um curto período, por opção pessoal ou coletiva, por birra ou teimosia (estes são os piores), ou por um total desconhecimento do próprio comportamento.
  2. O Internato
    O Internato
    R$ 40,00
    O Internato
    Rated 5/5 based on 54 customer reviews
    O InternatoAutor: Vicente SimasISBN: 978-85-66967-53-1
O Macho Alfa
Rated 5/5 based on 31 customer reviews
Ficha técnica Lançamento 10/06/2019 Título original Das Seelenleben der Tiere Tradução